sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Termina a busca e encontra



O ser humano é buscador por natureza, essa é a condição de permanência do ego, essa personalidade que acreditamos ser enquanto humanos, associados ao nome, corpo e mente que o constituem. Uma busca constante numa condição de busca, mas não encontres. Tudo isso serve como elemento de distração daquilo que somos em essência.

Aquilo que somos agora, no momento presente e não algures no futuro como prémio de um esforço continuado e desmesurado em muitos casos.

Nós somos perfeitos tal como somos e aquilo que somos não é aquilo que pensamos que somos.

O que pensamos ser é uma visão limitada e limitadora daquilo que somos em essência. A boa notícia é que a essência do que somos não rejeita essa visão limitada do que somos, pelo contrário, a essência abraça tudo, nada é excluído.

Quanto mais caminhas em busca de respostas, em busca de alcançar uma suposta perfeição que é balizada em parâmetros limitadores, tais como os bens materiais, a comparação e superação face aos outros humanos. Tudo isso alimenta mais essa ilusão de separação, essa ilusão de necessidade de aperfeiçoamento e de apego ao externo, apego à validação de terceiros.

Tudo aquilo que crês necessitar já existe em ti neste momento, não aquilo que pensas necessitar, mas aquilo que procuras de verdade enquanto acreditando que te falta algo. Por exemplo se passas por dificuldades financeiras neste momento, aquilo que procuras de verdade não é o dinheiro em si, mas aquilo que pensas que ele te traz, ou seja a segurança de não passares dificuldades, a superação do medo de exclusão.

Outro exemplo poderá ser no caso de procurares um companheiro, alguém que te ame, o que procuras de verdade é a sensação de pertença, de relevância e validação que essa outra pessoa te trará. Acreditando que sendo amada por outro serás completa e no entanto nada pode acrescentar a quem já é pleno por natureza.

Tudo isso que possas procurar fora de ti, já existe em ti. A validação dos outros, o amor "interesseiro" dos outros, no sentido de cobrança, e a sensação de segurança, tudo isso já é parte de ti. E quanto mais te permitires fazer uma pausa e deixar respirar na tua atenção o que és de verdade, verás que assim é. Não porque eu te diga que é, mas sim porque será a tua experiência, aquilo que vivências por ti.

Na paz do teu ser essencial encontras o puro amor, um amor incondicional que sendo pleno, te permite relacionar com os outros sem necessidade que te tragam o que acreditavas faltar. Isso aplica-se a todos os tipos de amor, que enquanto humanos costumamos lidar, seja o amor familiar, amistoso ou romântico.

Relacionas-te com os outros não a partir de uma sensação de falta e necessidade, o que te leva a cobrar dessas pessoas e a ser cobrada por elas. Mas sim a partir de uma sensação de plenitude, sem apego e que quando liberta da cobrança, te permite partilhar incondicionalmente e que te leva a receber na tua atenção mais amor do que receberias quando te forças a cobrar o amor dos outros.

Aqui e agora tu és amor, tu és vida de pleno potencial e nada, nem ninguém pode impedir que assim seja, nem mesmo tu própria.

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