A vida é simples assim como é e nada lhe falta, pois ela é tudo. A boa noticia é que tu és vida, tu és assim, sem tirar nem por. A questão está que não te lembras que és assim e aquilo que pensas que és, essa personalidade que crês ser, essa sim é complicada e é complexa. E é perfeito que assim seja, de outro modo não seriamos assim, enquanto humanos.
Por outro lado temos também a habilidade, a capacidade para relembrar quem somos em essência e deixar desse modo de complicar a realidade que experienciamos e fazemos isso tomando consciência do que somos no momento presente, não o que fomos ou que poderemos vir a ser, mas sim aquilo que já somos no agora.
Apenas o agora existe, logo tudo o resto é mera ilusão condicionadora da tua atenção, levando-te a apegares ao que é acessório descurando o que é essencial. O passado e o futuro existem apenas no presente e sob a forma de pensamento, são acessórios o que de facto conta é o que acontece no presente, o único onde podes intervir, onde podes fazer a diferença na tua realidade.
O passado ensina-te e serve de referencial, nada mais do que isso, ele não é garante de nada do que possa ocorrer no presente e se te focas apenas em ocorrências do passado estás a abdicar de viver a simplicidade daquilo que é, por contrapartida de um passado que não podes alterar e isso apenas complica a tua realidade.
Aquilo que podes fazer em relação ao passado é decidir o quanto permites que ele condicione o teu presente, o quanto da tua atenção lhe queres dedicar por troca pela atenção ao aqui e agora. Podes ainda mudar a ideia que tens sobre o que aconteceu no passado e desse modo retirar-lhe peso sobre o teu presente.
O mesmo se passa com o teu futuro, na verdade e permite-me que te desengane, tu não tens futuro, sim é verdade, não tens futuro. Aquilo que pensas ser o teu futuro quando acontecer só o pode fazer na forma de presente. O futuro imaginado, ilusório criado por ti, raramente acontecerá do modo que gostarias que ocorresse. E isso não é bom, nem mau, pois nada acontece por acaso.
Na defesa dessa ideia de um futuro perfeito vais adiando decisões, ou aceitando situações menos agradáveis na expectativa de um futuro algures no horizonte melhor para ti, onde finalmente poderás ter o que mereces, onde poderás ser feliz.
Tudo ilusão, o que quer que desejes para ti já existe em ti neste momento e de forma muito melhor do que poderias imaginar. Este melhor é diferente do melhor que idealizas e talvez por isso seja mais difícil de o reconheceres. É na simplicidade do ser que te encontras e relembras o quão perfeita é a tua essência e nada, nem ninguém pode beliscar isso.
Se te parece difícil de acreditar no que aqui está escrito e não vês como poderás alterar a tua situação, se achas que não consegues deixar de te lembrar do passado e do peso que lhe concedes no presente e de igual modo temes pelo teu futuro, mesmo assim acredita que podes simplificar.
E como fazes isso?
Começa por reconhecer aquilo que sentes e os pensamentos que assomam em ti, Repara apenas, torna-te ciente deles. De que forma se manifestam? Em que zona do corpo notas essas reações? Que duração tem e que frequência?
Quanto mais atenta estiveres mais simples vai ficando, porque vais-te apercebendo que eles acontecem em ti, mas tu és mais do que eles são. És também quem os observa, logo tens de ser maior e isso começa a libertar-te e a ajudar-te a relembrar a essência do que és.
Faz isso, toma nota. Pratica, pratica, pratica e verás como as mudanças começam a acontecer, dá-lhes espaço na tua atenção para que respirem e se façam notar, Tu escolhes o momento e que esse momento seja agora. Não há outro.
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