sexta-feira, 27 de maio de 2016

Como lidar com aquilo que não gostas




A tua realidade não é como gostarias que ela fosse, as pessoas da tua realidade não se comportam como gostarias que elas se comportassem. Mais, tu própria não és como gostarias de ser. Já te interrogaste porquê?

Aquilo que verdadeiramente possa estar "errado" aqui, e coloco errado entre aspas porque de verdade nada tem de errado, pelo contrário, é perfeito que assim seja. Continuando, o que poderia estar "errado" é a tua perceção da realidade, essa tua ideia de que ela deveria de ser diferente daquilo que ela é. 

Quanto mais resistes à realidade, quanto mais procuras forçar para que seja diferente daquilo que é, os resultados que obtens são contrários aos teus desejos, pois aquilo a que resistes persiste, ganha poder sobre ti, condiciona a tua atenção.

Isto não significa que não tenhas o direito de não gostar de tudo o que existe na tua realidade, de todas as pessoas que dela fazem parte. Tu tens esse direito, ele é natural do ser humano. A ideia não é que aceites inopinadamente a tua realidade, mas sim que estabeleças uma relação diferente com tudo aquilo que te desagrada nessa mesma realidade.

E de que forma podes então te relacionar com as situações da tua realidade que te desagradam e que gostarias de mudar ou que cessassem existir?

Tudo começa pelo reconhecimento dessas situações tal como elas são, assim como o reconhecimento dos efeitos que elas tem sobre ti. Tendo essa abertura permites-te aprender com essas situações. desde logo aprender coisas sobre ti e como reajes perante tais situações.

Se rejeitares logo à partida tais situações estás a perder de conhecer partes de ti e como tal a empobrecer o conhecimento do teu mundo. Porque tu és muito mais do que pensas ser. A vida não é algo que te acontece de fora para dentro, mas sim ela é tudo, seja o que crês ser externo e o interno. 

Nada deve de ser excluído, o que quer que rejeites, estás a rejeitar a vida em ti. Todos os seres humanos tem coisas boas, coisas más e tudo o que fique de permeio. Isso é parte da sua riqueza, isso é o que permite a consciência, a essência, estar ciente de si mesma. É através dos contrastes que te vais conhecendo, que vais conhecendo o que te rodeia e que vais vivenciando a vida, como crês que ela existe.

A boa notícia é que nada do que ocorra, seja julgado por ti como bom ou mau, afecta o que quer que seja a tua essência, esta continua sendo como sempre foi e será, perfeita.

Sabendo esta verdade, tendo consciência dela, aquilo que acontece não são grandes mudanças na tua realidade, mas sim mudanças na forma como te relacionas com essa realidade, logo contigo própria. 

Ficas mais leve para desfrutar em pleno o que acontece, podes vivenciar tudo, sem rejeitar nada. O que isso quer dizer é que continuarás a ter momentos bons e outros menos bons, a única diferença é o tipo de estórias que crias em torno desses acontecimentos e o apego te permites ter pelos mesmos.

É isso que em muitas correntes filosóficas e espirituais se chama de iluminação. Essa luz que te habita, uma luz de conhecimento inato, um conhecimento essencial, que faz parte do âmago do teu ser e que não pode ser retirado ou diminuído. Um espaço de amor onde te relacionas com a realidade como ela é sem te apegar a essa mesma realidade.

Porque a realidade do ponto de vista humano, é limitada e quanto mais apegada estiveres a essas ideias da realidade, menos livre estás para libertar a tua atenção para o essencial. Tu sabes tudo isto, nada disto é verdadeiramente novo para ti, ainda que assim o pareça neste momento. Se te permitires ouvir para lá das estórias que pululam na tua mente, verás que assim é.

O que quer que aconteça na tua realidade é perfeito e só acontece porque estás preparada e possuis os recursos para lidar com isso. Desfruta da vida que és, o bom e o mau, faz isso com desapego mas com amor incondicional e tudo se compõe. 

As coisas terão a duração perfeita, as pessoas permanecerão o tempo que for necessário na tua vida e partirão no momento certo, quanto tiverem aprendido e ensinado o que estava destinado.




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