sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O engodo do casamento

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Relembrando o risco associado às generalizações, podemos dizer que a pespetiva do casamento é diversa entre o homem e a mulher. As mulheres casam tendo a esperança de mudar o homem, já os homens casam tendo a esperança que a mulher não mude.

Passando a explicar, quando termina a fase cor-de-rosa das relações, onde tudo é maravilhoso, onde vemos o outro como sendo perfeito e correspondendo a todos os nossos anseios, começam a ser evidentes as imperfeições do outro e isso acontece porque se vislumbra para lá das projeções que fizemos sobre o outro, víamos nele aquilo que criamos ver e não aquilo que ele é de verdade.  Nesta fase os relacionamentos ou terminam ou evoluem, neste último caso essa evolução é diferente para o homem e para a mulher.

As mulheres pela sua natureza cuidadora e maior sensibilidade acreditam que podem melhorar o seu companheiro, acreditam que com o seu amor podem mudar aquilo que consideram como defeito no seu companheiro e é com essa crença que aprofundam o seu relacionamento. Elas acreditam que com o tempo podem fazer do outro aquilo que elas viram nele inicialmente, na tal fase cor-de-rosa e isso aplica-se a todos os casos, mesmo naqueles em que possam ter existido alguns episódios de agressividade ou mesmo violência.

Sendo que nestes casos as consequência são mais nefastas, pois na verdade elas não podem mudar os companheiros, ninguém muda ninguém para além de si mesmo. Nos casos onde as mulheres aparentam mudar os seus companheiros isso resulta mais da mudança de perceção das próprias que duma mudança real do companheiro.

Qualquer mudança que desejemos para a nossa vida ocorre primeiro dentro de nós, é ai que se pode mudar o que quer que seja na nossa realidade e isso acontece mudando a nossa perceção de nós próprios. Assim como da nossa relação com o mundo ao nosso redor, pois mudando a forma como olhamos para as coisas, as coisas que olhamos mudam para nós.

Já os homens quando aprofundam os relacionamentos fazem-no na esperança que as mulheres não mudem, que elas conservem a sua beleza, a sua força da natureza e que de algum modo, mesmo inconsciente, possam cuidar deles ao longo do tempo.

Quer uns quer outros estão enganados, pois aquilo que fará os relacionamentos funcionarem e perdurarem resulta de um maior autoconhecimento. É conhecendo-se de verdade, relembrando que já somos plenos tal como somos em essência, que o outro não nos irá completar, pois nunca estivemos incompletos. Que poderemos estar num relacionamento onde é a partilha do que somos que predomina e não a exigência ao outro para que corresponda ao que esperamos dele, ao que projetamos nele.

Através do autoconhecimento ficamos livres do deve e haver do relacionamento, onde cada um sente que dá mais de si ao outro e que o outro não lhe corresponde de igual modo, e é assim porque o outro não pode dar aquilo que nunca nos faltou, a não ser a ilusão dessa falta. Ilusão essa que é apenas uma estória que pulula na nossa mente e apenas aí tem existência.

Os relacionamentos nunca falham, mesmo naqueles que terminam, esses relacionamentos são uma via para o autoconhecimento, são um sinal para que olhemos para dentro e aí relembremos a perfeição da nossa essência. O que por vezes ocorre é que esses sinais passam despercebidos e então entra-se num novo relacionamento para repetir mais uma vez o processo, apenas com uma pessoa diferente, até que despertemos de verdade.

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