segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Deus existe?




Esta questão já surgiu há quase totalidade das pessoas, sejam crentes ou não crentes. E de verdade não existe uma resposta absoluta. Existem tantas respostas quanto o número de pessoas, cada um terá a sua resposta a esta questão, seja ela tida por si mesma, seja assimilada através de alguma religião ou outras crenças existenciais e filosóficas. Mas mesmo pessoas que professam a mesma religião tem uma relação diferente com a noção da existência de Deus.

O Deus mais "comum" não existe, pelo menos na forma que a maioria crê existir, ou seja, um Deus feito à semelhança do homem, que está algures lá em cima velando pelos simples mortais, castigando quem tem de castigar e agraciando quem faz por o merecer. 

Aqui existe uma troca de perspetivas que tem origem nessa ideia de limitação que enquanto humanos acreditamos ser, quando as religiões falam de um ser humano à semelhança de Deus, por vezes procura-se as características humanas em Deus, faz-se uma projeção do Homem em Deus, porque é assim que o ser humano lida com a realidade. 

A realidade é uma projeção do seu interior, das suas crenças que se vêem espelhadas naquilo que tem de experienciar na sua vida. E no entanto ser à semelhança de Deus significa que não somos limitados por ideia alguma, não somos limitados por um corpo e uma mente controladora. Mesmo quando acreditamos cegamente que assim seja, pois essas crenças em nada beliscam a nossa essência.

Deus não existe da forma que cremos que ele existe, seja essa forma qual seja. Nenhum ser humano consegue alcançar a dimensão plena da sua essência, da vida que é. Deus é mais um nome que atribuímos e pode assumir qualquer nome que seja mais confortável, segundo as crenças de cada um. E na verdade Deus é tudo isso e mais alguma coisa, pois ele é pleno, tudo abarca e nada exclui.

Cada um de nós é Deus também, é vida também, plena e sempre presente aqui e agora.

Em nome de Deus cometem-se muitas atrocidades, muitos julgamentos e isso apenas ilude a ideia daquilo que somos, mas não altera o que somos de verdade. A dúvida da existência de Deus surge dessa ideia de separação, desse fosso entre um eu e os outros e quando as coisas não acontecem como achamos que deveriam de acontecer, questionamos a existência de Deus, interrogando como ele permite que ocorram determinados acontecimentos. Isso ocorre da projeção das qualidades humanas nesse Deus.

A dúvida pode existir, ela quando surge é real, mas cada um de nós tem a capacidade de lhe dispensar a atenção que quer. Se quando a dúvida surgir nos permitirmos observá-la, ver como ela se manifesta em nós e sem apego permitirmos que parta, tal como surgiu, veremos que as certezas daquilo que é se tornam mais reconfortantes, pois não podemos deixar de ser o que somos em essência. 





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