sexta-feira, 7 de março de 2014

Medo de viver


O medo de viver impede-te de ir mais além, de te conheceres de verdade. Limitaste ao que te é conhecido, não arriscas no desconhecido, tens medo do que poderás encontrar. E no entanto o teu medo é sempre superior àquilo que é na realidade. 

As coisas nunca são tão más quanto pensas que são enquanto estás a pensar nelas. O tempo que gastas a pensar em tudo o que julgas estar errado na tua realidade, em tudo aquilo que gostarias que fosse diferente. Esse tempo é um tempo em que deixas de viver de verdade, desperdiças a tua energia e crias barreiras que ofuscam essa luz intensa que brilha dentro de ti. 

E que espera a oportunidade de iluminar a tua vida.

O medo por si só não é bom, nem mau. Ele será uma ou outro de acordo com a importância que lhe concedes. Quando renegas os teus medos estás de facto a alimentá-los, a dar-lhes poder sobre ti. Se por outro lado os reconheceres como são, se os olhares de frente e estiveres recetiva ao que te querem transmitir, aprendes com eles e eles partem pois cumpriram a sua tarefa.

O medo de viver resulta de aceitares que és limitada, que existem coisas que não são para ti, que tens de sofrer antes de poder ser feliz. Que tens de merecer a felicidade, tens de merecer o amor. Receias o desconhecido aceitando ficar arreigada numa zona do habitual, ainda que seja desconfortável. Escolhes o conhecido porque está lá, faz parte do que sempre existiu e no entanto suspiras por mudanças.

Essas mudanças nunca irão ocorrer enquanto esperares que ocorram. As mudanças que desejas ocorrem apenas quando olhas para dentro e deixas de desejar mudar e relembras quem és de verdade. Pois quem és de verdade não necessita  de mudar o que quer que seja, ele é perfeito por natureza, ele é completo.

Olhando dentro de ti reparas que o medo que tinhas de viver é uma mera ilusão, ele não é o que pensavas que ele é. Esse medo é um conjunto de pensamentos que tem igual valor que qualquer outro pensamento. Nenhum pensamento tem poder sobre ti, eles não te definem, eles ocorrem no espaço ilimitado que és.

Toma atenção aos pensamentos que surgem, observa-os apenas no silêncio da tua essência.

Repara como surgem e como partem de igual modo, a única permanência é o espaço onde eles se apresentam. Tu és esse espaço. Escolhe viver a vida que és plenamente, tal como ela é, tal como ela se manifesta no aqui e agora. Escolhe estar presente, diz sim à vida. Diz sim a ti mesma, a quem és. Diz sim, simplesmente sim.

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