sábado, 27 de julho de 2013

Abdicar do Eu e viver em liberdade


Abdicar do Eu significa alargar a ideia que tens de ti, sobre o que és de verdade, sobre quem és de verdade; não é necessário que deixes de existir, ou seja, não tens de escolher deixar de ser quem és, pelo contrário, é deixar partir as limitações e Ser apenas o que já és de facto e não apenas a ideia que tens sobre quem és.

Normalmente a ideia que temos de nós está limitada a esta personalidade que nos habituamos a crer como sendo quem somos, e que habita um corpo e que tem todo um conjunto de histórias que vão sendo alimentadas ao longo do tempo pelas memórias que pululam na mente.

Por si só essa personalidade e as suas memórias não são boas, nem más, aquilo que poderá ser bom ou mau é o uso que lhes damos, o poder que permitimos que tenham na nossa realidade, no momento presente.Quando deixamos que isso sejam os nossos limites acreditamos numa ideia de nós que pode sofrer, que pode perecer, que está sujeita ao sabor da corrente.

No entanto aquilo que somos é essa pura presença que observa tudo isso, que é o espaço onde tudo isso ocorre; essa pura presença que tudo abrange, que existe para lá de qualquer ideia de limitação, de dificuldade, tudo isso é experiência e no entanto nada disso é real para além da atenção que lhe é concedida.

A nossa essência é livre e só nos conhecendo de verdade essa liberdade se torna experienciada; e o que te é exigido para que isso possa acontecer, o que é necessário que faças para que te conheças de verdade?

A resposta é nada, não precisas de fazer nada, pois aquela parte de ti que julga que precisa de fazer algo, que necessita de agir, de controlar o desenrolar da sua vida, essa parte de ti é ilusória, é uma ideia de limitação, é ego.

Logo a resposta não passa por te livrares do ego, por o culpares por tudo de mau, que julgas que te ocorre, a resposta passa por te permitires Ser, por estares disponível, por teres a abertura para que a tua essência se expresse plenamente, sem limites, sem barreiras, tal como ela o faz de facto, apenas uma ideia de ti não está ciente da verdade que é.

Só te é pedido que confies, que permitas que a vida, o universo, Deus, o eu superior, ou qualquer outro nome que te seja confortável, te mostre quem és de verdade, te oriente de regresso a casa, de onde nunca estiveste ausente, a não ser numa ideia ilusória de ausência.

Quando te entregas, quando confias, tudo entra em fluxo e tudo começa a fluir com naturalidade, saberás o que fazer quando isso for necessário, saberás o que dizer, quando isso for necessário, perceberás o teu lugar no todo, pois tu és esse todo, nada é estranho a ti, tudo é um reflexo de ti.



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