quinta-feira, 17 de junho de 2010

Medo

O medo mantém-nos presos e faz-nos crer limitados.
Faz com que penses que vives num mundo de escassez e perigoso, onde deves estar em permanente alerta. Onde deves competir com os teus semelhantes para ser melhor que eles e tentares ter mais que os outros.
Pois só os vencedores são considerados, não queres fazer parte do grupo de falhados da vida, que nada tem, apenas vagueiam sem rumo.
Neste mundo só os mais espertos e ágeis serão alguém, nem que para isso tenham de pisar quem quer que se atravesse á frente.
Dominado pelo medo precisas de desconfiar de todos pois julgas que têm segundas intenções, que se querem aproveitar de ti para obter algo e tendes a fechar-te a esconder os teus sentimentos, aprendes a deixar de sentir para não te envolveres demasiado.
E crias conchas que te isolam de mundo desconhecido, agarras-te ás tuas zonas de conforto, ainda que estas não te façam sentir bem, te façam sentir completo. Pois o medo impede-te de te sentires completo para te fazer procurares sempres mais, esta procura torna-se incessante. Não tem fim, procuras aquilo que julgas faltar em ti.
Como te sentes incompleto buscas que outras pessoas te possam dar o que te falta, então os teus relacionamentos são, ao fim de pouco tempo, insatisfatórios pois continua a faltar algo.
Buscas no bens materiais, mas quando os tens passado pouco tempo já procuras algo de novo e diferente. Isto é o que o medo precisa que acredites para ele sobreviver.
E se o permitires os teus pensamentos, se dominados pelo medo, fazem com que não descances com o metralhar constante do passado e normalmente concentrado no que correu mal, para te mantér em alerta. Ou então com ânsia pelo futuro, pois só ai estarás bem, quando fizeres aquilo que ele maquina nos teus pensamentos, para te mantér distante da tua verdadeira essência.
Mas esta só a podes experenciar e viver se estiveres presente. E para isso só estando no agora, num ponto neutral face ao passado e ao futuro. Só sentindo cada momento, perceberás que esse momento tudo contém, não há nada para lá disso.
E na essência, és perfeito.
Apenas tens de Ser. Simplesmente Ser.
E perceberás que tudo é o nada e o nada é tudo.
Tudo É.
Simplesmente.
É

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